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Foto do escritorMoacir Ferreira

Como Revelar Telas de Serigrafia (matrizes) - Iniciante a Avançado

A produção da matriz serigráfica, ou popularmente tela de silk, é sem duvida nenhuma o ponto mais importante do processo serigráfico, por isso neste post vou te guiar através de um passo-a-passo que com certeza vai dar um gás aí na sua estamparia:


Passo 1 - Preparo da arte:

Criar o desenho e separar as cores, para isso você pode utilizar softwares de edição de imagens ou de saída impressão. Os mais comuns na serigrafia são o Corel Draw e o Photoshop.

Sua arte para serigrafia pode ser "chapada" como os exemplos abaixo:


Estampa vetorial (chapada): Estampa com plastisol relevo base cinza e plastisol gel aplicado com foil para detalhe
Estampa vetorial (chapada): Estampa com plastisol relevo base cinza e plastisol gel aplicado com foil para detalhe

Matriz serigráfica para aplicação de estampa chapada
Matriz serigráfica para aplicação de estampa chapada

Ou mesmo reticulada (imagem toda pontilhada), como no caso abaixo os alunos do Curso de Serigrafia Pro+Expert estão estampando uma imagem que foi separada pelo método INDEXADO


Curso de Serigrafia Pro+Expert
Alunos estampando imagem separada no photoshop pelo método Indexado

Curso de Serigrafia Pro+xpert
Neste desenho que foi separado por Rafael Roan, foram utilizadas 4 cores: Vermelho, Bordô, Cinza e Preto
curso de serigrafia pro+expert
Imagem final estampada: As sombras e efeitos de brilho foram feitas em função da imagem reticulada.


Basicamente temos os seguinte tipos de separações de cores para serigrafia:

- Vetorial ou chapado (pra cada cor um fotolito / tela)

- Retícula: Quadricromia (utilizamos 4 cores que são Cyan, Magenta, Amarelo e Preto com um alto grau de transparência para que durante suas misturas formem milhares de cores)

- Retícula: Indexado (processo pelo qual se separa as cores do desenho, capturando cada cor existente e praticamente não se utiliza sobreposição de cores)

- Retícula: Simulado (processo pelo qual se separa as cores do desenho, capturando cada cor existente ou através de mistura de cores para que se forme outros tons)

Para você se inteirar melhor eu separei os vídeos abaixo:


Neste vídeo eu faco uma retícula bem simples utilizando o Corel Draw


Neste vídeo já partimos para Quadricromia no CorelDraw


Pra que você possa fazer suas quadricromias utilizando o Photoshop eu criei um plugin (conjunto de ações do Photoshop) totalmente GRATUITO basta você baixar aqui https://www.cmykpro.silktv.com.br/




Se quiser saber mais eu aconselho o CURSO ONLINE PHOTOSHOP PARA SERIGRAFIA

do Rafael Roan. Se você não sabe quem é o Rafael dá uma olhada nessas Lives que fiz com ele:



Ufaaa, quanta coisa.... e nem chegamos no passo 2 ainda.... hehehehe


Passo 2: Impressão dos diapositivos (fotolitos)

Aqui é onde as pessoas começam a errar.... A escolha do material do fotolito e determinar como ele vai ser impresso, pode fazer total diferença na sua vida! De verdade!

Te peço uma coisa: não erra nisso não.

O fotolito para ser perfeito, tem que possuir alta transparência nas áreas abertas por onde passa luz e alta opacidade, ou como se diz por aí ser bem pretinho, na área impressa e que tem que bloquear a luz.

Materiais como laserfilm, papel vegetal e o famoso óleolito (fotolito feito com papel sulfite e aplicado óleo) não possuem a transparência necessária ou a estabilidade necessária, sobretudo se for impresso em impressora a laser. Mas isto vou deixar pra outro post senão esse ficará gigante!

Hoje sem a menor sombra de duvidas a melhor tecnologia para fotolitos com excelente custo benefício e com acesso a todos é a IMPRESSORA JATO DE TINTA e FILMES DE FOTOLITOS PRÓPRIOS PARA INKJET (jato de tinta). Dá uma olhada no fotolito na foto abaixo.

Esse fotolito é importado pela GÊNESIS GLOBAL e você acha aqui no site deles GÊNESIS GLOBAL. Eu já fiz alguns vídeos de jabá no TERÇA DE SUCESSO pra divulgar o filme da Gênesis Global:


E tem algumas LIVES também:


Passo 3: Escolha da abertura do tecido das matrizes (44, 55, 77, 90 fios por cm... e assim por diante)

Bom, você deve estar pensando assim: ah essa fase é fácil, se eu quiser mais definição eu uso telas mais fechadas, se eu quiser mais cobertura uso telas mais abertas... Certo?

Pois é, mas não é bem assim que funciona, pois não é a tela mais fechada que vai garantir mais definição. A tela na verdade funciona como um filtro, telas mais fechadas "filtram" mais as tintas de forma que passem menos pela tela, o que garante a definição é o fotolito+emulsão+lampada utilizada. Quem vai definir qual tela que você vai usar é a Tinta! Isso mesmo, tintas brancas e a base dagua, como HIDROCRYL BRANCO da Gênesis Tintas, devem ser aplicada e matrizes de no máximo 77 fios, mas eu mesmo aconselho no máximo 44 fios/cm. Ok, agora que você entendeu essa parte, sua principal dúvida é: onde eu acho essas informações? Sempre no site do fabricante, na Gênesis por exemplo você vai em PRODUTOS e escolhe a linha e depois clica em BOLETIM TÉCNICO


lá vão estar todas as informações:


Aqui no site da GÊNESIS GLOBAL tem uma tabela bem legal que mostra o numero de fios, %de área aberta do desenho, volume que deposita, etc


Passo 4: Preparo da Matriz

O preparo da matriz é bem simples e consiste em basicamente você eliminar toda a sujidade do poliéster. O grande vilão aqui são gorduras e óleos (que vão repelir a emulsão e criar os famosos olhos de peixe) ou mesmo poeira que também pode criar olhos de peixe. Pra isso você pode usar um detergente neutro de cozinha, que basicamente não desengraxa nada a tela, então é quase que a mesma coisa que usar água pura.

Ou optar por um desengraxante de matrizes que quase todos os fornecedores tem, claro que tem uns melhores e outros piores, mas o que eu gosto e uso nos cursos é o DESENGRAXANTE MR10 – TRIPLA AÇÃO da Gênesis Global, a Gênesis Tintas tem também o desengraxante para telas. É bem simples o uso, somente passar com uma esponja ou broxa dos dois lados da tela e deixar agir por uns 5 minutos aí você já pode lavar. Esse passo embora pareça bem bobinho, não é não, além de não dar os olhos de peixe, utilizar o MR10 aumenta o poder de fixação da emulsão na tela.



Passo 5: Escolha da Emulsão

Agora é a hora de maior atenção e você tem que levar em conta algumas características das emulsões que nem sempre são claras:

- Se é resistente a água, se é resistente a solventes ou se é universal.

- Qual sensibilizante

- O número de sólidos (heim????)

- E o custo, claro.


O primeiro quesito é bem fácil, se você é da área têxtil irá trabalhar essencialmente com emulsões resistentes a água, mesmo que você trabalhe com tintas plastisol. Agora, pra quem trabalha com tintas vinílicas, sintéticas ou mesmo UV a emulsão é a resistente a solvente. As emulsões Universais (aquelas que funcionam pra qualquer tipo de tinta) é utilizado geralmente em pequenas fabricas de brindes por exemplo onde a variedade de materiais é enorme, mas temos que levar em conta que essas emulsões s{ao de 30 a 40% mais caras. A emulsão QLT da ULANO que é representada no Brasil pela Gênesis Global é um exemplo deste tipo de emulsão.

Emulsao QLT ULano

Quanto ao tipo de sensibilizante, temos que ter muita atenção, pois uma grande parte das estamparias Brasileiras ainda utilizam sensibilizante Bicromato, esse material é extremamente tóxico e poluente, alem de não ser um eficiente na sua função. Como por exemplo, endurecer a emulsão mesmo na ausência de luz, o que impossibilita estocar telas emulsionadas. No vídeo abaixo eu fiz um overview sobre emulsões.


E tem uma Live:




Passo 6: Aplicação da emulsão e secagem

A aplicação da emulsão sempre tem que ser feita com calhas proprias para emulsionamemto de telas, isso vai garantir uniformidade e o principal: o controle de espessura de camada. O controle da camada vai nos ajudar no calculo de tempo de exposição, elem de ser através de uma camada adequada que vamos garantir a definição da revelação e consequentemente da impressão. Neste ponto é simples, sempre começamos aplicando pelo lado externo da matriz e finalizamos pelo lado interno, pois temos que garantir que a camada de emulsão fique formando uma casquinha de relevo do lado externo. Para que você entenda facilmente, quando aplicamos a emulsão de um lado da matriz estamos "empurrando" ela para o outro lado. Portando se queremos um leve relevo na matriz do lado externo temos que finalizar aplicando pelo lado interno.

No vídeo abaixo eu faco uma brincadeira sobre certo x errado no laboratório de emulsionamento.




Passo 7: Exposição (lâmpadas)

Nesse passo temos que ter também muita atenção, quase todos os dias alguém me pergunta sobre lâmpadas para exposição. Então vamos a um rápido tutorial.

Primeira coisa que temos que saber é que o sensibilizante das emulsões reagem a luz UV (ultravioleta), portanto a lampada TEM que emitir UV, mais especificamente UVA (entre 315 a 400nM) e não importa se ela é led, tubular, ovoide, ou mesmo a nomenclatura (HQA, HPCM, etc). O que nos importa é se emite UV e qual a potencia, e aqui não adianta saber a potencia total da lampada e sim a potencia do UVA disponível na lâmpada. E agora começa a confusão, a grande maioria das lâmpadas brancas emitem um pouco de UVA, uma mais outras menos. Dá uma olhada na ficha técnica da lâmpada abaixo:


Ficha técnica lâmpada ultravitalux
Ficha técnica lâmpada ultravitalux

Embora a lâmpada seja de 300W ela somente emite 13,6W de UVA, aproximadamente 4,3% o que podemos considerar pouco.


Já no caso abaixo da lâmpada HQ! de 400w da Osram o que vemos é que embora ela possui filtro de UV o que deixa ela com nível de emissão abaixo do nível estipulado no IEC 61167, esse nível máximo foi determinado para que a lampada seja usada em ambiente interno sem causar danos as pessoas, por isso se não emite UVA suficiente não serve pra gente!


Já as lâmpadas abaixo possuem boa emissão UVA.


No caso da Actinic BL de 40W da PHILIPS por volta de 10W é UVA (25%)


-E a DULUX L BL de 55W da OSRAM de 55W aproximadamente 22% é UVA (12W)


Se considerarmos 1 metro de distancia da lâmpada até a matriz o ideal é termos um mínimo de 50w de UVA para que possamos ter uma exposição relativamente rápida com emulsões de diazo: Entre 75 e 90 segundos.

Pra saber mais sobre lâmpadas eu fiz esses vídeos aqui:





Passo 8:Acabamentos Finais

Agora vem a hora de imprimir suas estampas. Se tudo deu certo nos passos anteriores voce não vai ter grandes problemas com revelação estourando, véu, microfuros e tudo mais. Mas deixa eu te dar uma dica que pode te ajudar, sobretudo se você está em regiões quentes e constantemente tem que ficar com o paninho embaixo da tela limpando... aí não tem emulsão que resista... Para que você dê uma reforçada na emulsão e ela fique bem mais resistente, a Gênesis tem um produto que se chama EMULFIX esse produto você aplica, com o auxilio de um borrifador, pelo lado de dentro da tela (o lado que pegou menos luz) e ele fixa legal a emulsão.


Esse foi o passo-a-passo, comenta aí o que você acha e de também seu pitaco aqui na página, hehehe.


Se você quer se aprofundar mais sobre matrizes eu criei um curso online sobre MATRIZES que é sucesso de público:


Curso Online Produção de Matrizes para Serigrafia: Telas Perfeitas

Aprenda a preparar, revelar e recuperar suas matrizes serigráficas de forma profissional. Utilizando as técnicas mais avançadas apresentamos um passo-a-passo de produção de matrizes, indo desde os conceitos teóricos até os aspectos práticos!


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Moacir Ferreira / serigrafia

Eu sou Moacir Ferreira atuo desde 2007 no ramo serigráfico como consultor, palestrante e coordenador da Escola Gênesis / SILKTV, empresa responsável pelos cursos, treinamentos e produção de conteúdos da Gênesis Tintas. Em sua trajetória, idealizou o projeto "Saiba Mais" da Arpotex, uma coleção de cursos em DVD com mais de 2.000 unidades vendidas, e é um dos responsáveis por projetos como o programa "Estamparia de Sucesso", os vídeos "Dicas da Gênesis" no youtube, os webinários "Terça de Sucesso", o projeto "Serigrafia em Ação" da FuturePrint e o canal "SILKTV", levando informação, conhecimento e capacitação através de cursos presenciais, cursos online, palestras, workshops, treinamentos e consultorias.

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